A Revista Diplomática Publicou o Artigo do Sr. Zhao Bentang, Embaixador da China em Portugal, Intitulado "Aproveitar as Oportunidades da Era para Construir um Futuro Promissor"
2021-12-01 00:00

A Revista Diplomática publicou em novembro o artigo intitulado "Aproveitar as Oportunidades da Era para Construir um Futuro Promissor" do Sr. Zhao Bentang, Embaixador da China em Portugal. Segue-se o artigo em íntegra:

No último ano, perante os desafios da Covid-19 e do recuo da economia mundial, o povo chinês, sob a forte liderança do Partido Comunista da China e unido com a mesma determinação, envidou duros esforços e conseguiu importantes frutos estratégicos no combate nacional à Covid-19, dando contributos positivos para a luta global contra a pandemia. Ao tomar uma atitude que respeita a verdade e valoriza a abertura, transparência, cooperação, e abordagem científica e responsável, a China foi o primeiro país a comunicar o surto ao mundo e publicou no primeiro momento as informações relevantes como a sequência genética do vírus. A China apoia firmemente o papel de liderança da Organização Mundial da Saúde bem como as suas investigações na China sobre o rastreamento da origem de vírus, organizou centenas de videoconferências transnacionais de peritos para compartilhar, com os outros países, a sua experiência no combate à pandemia e os protocolos de diagnóstico e terapêutica, e forneceu a mais de 150 países e organizações internacionais ajudas para combater a pandemia, enviando equipas médicas aos países que necessitaram e oferecendo mais de 200 mil milhões de máscaras, 2 mil milhões de batas protetoras, e 800 milhões de kits de testes. A China integrou na iniciativa da COVAX da OMS e está firme em posicionar-se na vanguarda da distribuição equitativa de vacinas. A China já forneceu e está a fornecer gratuitamente assistências de vacinas a 69 países em desenvolvimento com necessidade urgente, e ao mesmo tempo, está a exportar vacinas a 43 países. A China impulsiona ativamente a cooperação de investigação e desenvolvimento de medicamentos e vacinas e a prevenção e controlo conjunto a nível internacional, corroborando com ações concretas o desejo sincero em construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.

Neste último ano, a China tem promovido de forma holística a prevenção e controlo da Covid-19 e o desenvolvimento sócio-económico. A retomada da economia deu um efeito significativo, levando a China a ser a primeira das economias principais do mundo a realizar um crescimento positivo. Ao combater a pandemia, a China tem aderido à ideologia de desenvolvimento centrada no povo e tem persistido na estratégia de erradicação da pobreza com precisão, mobilizando o entusiasmo, a proatividade e a criatividade da população que vive em pobreza bem como as forças do governo, sociedade e mercado, entre outra partes, o que permitiu um sucesso pleno no combate à pobreza. Em 25 de fevereiro de 2021, o Presidente Xi Jinping declarou solenemente que, após os trabalhos duros nos últimos oito anos, todos os 98,99 milhões de população rural chinesa que ficava abaixo do nível vigente de pobreza já tinham saído da pobreza. A China atingiu assim, com dez anos de antecedência, os objetivos de alívio da pobreza estipulados pela Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável da ONU, não só realizando o sonho histórico do povo chinês, mas também contribuindo significativamente para a causa global de alívio da pobreza e o desenvolvimento e progresso da humanidade.

Neste último ano, a China tem-se oposto firmemente contra as práticas irresponsáveis de unilateralismo e hegemonia por uns certos países, tem implementado o multilateralismo e comércio livre, e respeitado o propósito e princípios que constam na Carta das Nações Unidas, com adesão ao conceito de tratamento igual, consultas, abertura e inclusividade. A China empenha-se em aprofundar a reforma e procurar uma abertura de nível mais alto, ajudando a recuperação económica mundial e a cooperação de ganhos compartilhados. Em 2020, o comércio de produtos entre a União Europeia e a China registou o aumento de duplo sentido apesar das adversidades, e a China ficou a ser, pela primeira vez, o maior parceiro comercial da UE. As duas partes assinaram o acordo de indicação geográfica e foi concluída a negociação de tratado bilateral de investimento (BIT) China-UE. A China, Japão, República da Coreia, Austrália, Nova Zelândia e os dez países membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático assinaram a Parceria Económica Regional Abrangente (RCEP, sigla em inglês) , o que demonstra a firme determinação chinesa de se integrar ainda mais no mundo e ampliar a sua abertura ao exterior.

O mundo de hoje está a viver as grandes transformações profundas sem precedentes nos últimos cem anos, enquanto a pandemia da Covid-19 continua a alastrar-se a nível global. Neste contexto, somos confrontados com as opções entre a cooperação e confrontação, diálogo e separação, e entre abertura e fechamento. Qual é o mundo que desejamos construir? Aonde chegará a civilização humana? Eis as questões que dizem respeito ao futuro e destino de cada país e cada pessoa. A China seguirá, como sempre, a política externa pacífica de independência e autonomia, promove a construção das relações internacionais de novo estilo e da comunidade de futuro compartilhado para a humanidade, e procura uma coexistência pacífica e desenvolvimento comum com os outros países, com base no respeito mútuo, tratamento igual e benefícios recíprocos, dedicando esforços incessantes à promoção da paz e prosperidade mundial. Este ano marca o centenário do Partido Comunista da China, assinala o ano de arranque do 14º plano quinquenal do desenvolvimento sócio-económico do país, e também é o primeiro ano para a nova trajetória da contrução integral de um país socialista moderno. A China apostará na nova fase do desenvolvimento, e implementará o novo conceito do desenvolvimento inovador, coordenado, verde, aberto e compartilhado. Ao mesmo tempo, a China vai forjar o novo padrão do desenvolvimento, em que a circulação interna é o pilar, e as circulações interna e internacional se impulsionam mutuamente, com o objectivo de concretizar um desenvolvimento de maior qualidade, o que trará novas oportunidades a todos os países do mundo, incluindo Portugal.

A primeira oportunidade reside no mercado. A China é a segunda economia mundial com um crescimento do PIB de 2021 previsto acima de 6%. Nos próximos dez anos, a população do grupo de renda média da China aumentará dos 400 milhões para os 800 e 900 milhões de pessoas, e o valor da importação de bens ultrapassará os 22 biliões de dólares americanos. Isso proporcionará um amplo mercado para os produtos, tecnologias e serviços de qualidade portugueses e de outros países. 

A segunda oportunidade consiste na inovação. Nos últimos cinco anos, a China fica no segundo lugar do ranking mundial de despesas em investigação e desenvolvimento (R&D) e no primeiro lugar entre os países de renda média. Nos próximos cinco anos, a despesa da China em R&D aumentará em mais de 7% ao ano. Aprofundar a cooperação em ciência e tecnologia, e a inovação nas indústrias serão um “novo terreno” da cooperação entre a China e o resto do mundo. 

A terceira é a oportunidade verde. A China é o maior país investidor do mundo em energias renováveis por anos seguidos. Possuímos a maior capacidade instalada de energia renovável e de geração de eletricidade no mundo. Nos próximos cinco anos, as emissões de dióxido de carbono por unidade do PIB da China reduzir-se-ão em 18%, a taxa de cobertura florestal da China subirá para 24,1% e o peso da energia não fóssil na matriz de energia primária aumentará para cerca de 20%. A China e Portugal comprometem-se a alcançar a neutralidade carbónica em 2060 e 2050, respectivamente. Ambas as partes vão empenhar-se juntas em optimizar a estrutura industrial e a matriz energética, para contribuir ainda mais à recuperação verde da economia global.

Diz-se o provérbio português: “Nunca houve noite que pudesse impedir o nascer do sol e a esperança”. Os tempos sempre avançam. A parte chinesa está disposta a trabalhar, de mãos dadas com todas as partes, incluindo Portugal, para agarrar as oportunidades dos tempos atuais, e continuar a aprofundar as cooperações mutuamente benéficas, construindo juntos um futuro mais primissor do mundo!